A greve é para marcar posição da categoria contra decisões do governo federal, como a contratação de profissionais estrangeiros pelo programa Mais Médicos e os vetos à legislação do Ato Médico, que estabelece as atribuições dos profissionais de medicina. Em nota, o governo disse que “lamenta” eventuais prejuízos causados à população.
Apesar da greve, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que representa 53 sindicatos, orientou para que casos de urgência e emergência sejam atendidos. Os clientes de planos de saúde também serão afetados. É segunda vez, em um intervalo de uma semana, que a categoria cruza os braços em protesto contra decisões do governo federal.
Em Rondônia, cerca de 200 médicos, que estavam parados em Porto Velho desde terça-feira (30), decidiram suspender o protesto.
São Paulo
Os médicos da Baixada Santista paralisaram as atividades e fazem manifestações. Segundo o Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande (SINDIMED) haverá atos nas cidades e, em seguida, médicos seguem para a capital paulista, para participar de ato na Avenida Paulista.
Santa Catarina
Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (Cosemesc) confirmou para esta quarta-feira (31) o dia de paralisação geral da categoria. Os serviços seguem em casos e locais de urgência e emergência, além de tratamentos que não possam ser interrompidos.
Em Florianópolis e Chapecó haverá um enterro simbólico dos ministros da Saúde (Alexandre Padilha), da Educação (Aloizio Mercadante) e das Relações Exteriores (Antônio Patriota).
Em Tubarão, médicos e estudantes de medicina fizeram uma passeata pelas ruas da cidade. Em Joinville, Blumenau, Lages, Balneário Camboriú, Itajaí, Joaçaba, Canoinhas, Navegantes, Camboriú e Itapema os médicos da região também têm programação de manifestações.
Espírito Santo
80% dos profissionais cruzaram os braços na Grande Vitória, segundo o sindicato. Casos de urgência e emergência estão sendo atendidos normalmente. As consultas com médicos que aderiram ao movimento serão remarcadas.
Mato Grosso
Pela segunda vez, médicos do estado aderem à paralisação com o objetivo de derrubar vetos. No dia 8 haverá uma audiência em Brasília com os parlamentares para discutir a pauta da categoria, disse a presidente do CRM-MT, Dalva Alves das Neves. Eles reclamam também de demissões de médicos em prefeituras do interior.
À tarde, os manifestantes devem participar de assembleia na sede do CRM-MT e haverá uma carreta. Ao final os manifestantes devem ser concentrar na Praça Ipiranga, onde ficarão disponíveis para prestar atendimento básico às pessoas que passarem pelo local.
Mato Grosso do Sul
Médicos e estudantes de medicina realizam um protesto na praça Ary Coelho, região central de Campo Grande. O objetivo é chamar a atenção para a falta de estrutura na área da saúde.
Paraná
Médicos de vários municípios do oeste do Paraná fazem paralisações. Em Cascavel, o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná (Cisop) atendeu normalmente nesta quarta. No Hospital Universitário, as consultas de ginecologia e ortopedia continuarão suspensas até quinta (1º). Médicos e estudantes protestaram também.
Ceará
Um grupo de médicos fez um ato em frente ao Hospital Universitário Walter Cantídio, no Bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza.
Goiás
A paralisação dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) continua. Seguem suspensos os atendimentos de consultas, cirurgias e exames pré-agendados. Serviços de urgência e emergência estão mantidos. A greve deve terminar à meia-noite.
Nos hospitais administrados pelo governo estadual, os profissionais que atuam no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital Materno Infantil (HMI), Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e Alberto Rassi (HGG) atendem apenas os casos de urgência. Os eletivos foram remarcados. Nos demais, os atendimentos foram realizados normalmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Rio Grande do Sul
O movimento, que atingiu 23 cidades na terça-feira (30), deve se repetir. Houve manifestações pela manhã no Hospital de Clínicas e na Santa Casa, em Porto Alegre, com participação de estudantes.Panambi e Santana do Livramento registram atos. No interior, também houve paralisações e cirurgias tiveram que ser remarcadas.
Pernambuco
A previsão é que os médicos farão um atendimento gratuito à população no Memorial da Medicina, com voluntários de Pediatria, Clínica Médica, Dermatologia, entre outros.
Rio de Janeiro
Uma manifestação da categoria interditou a Avenida Presidente Antônio Carlos.
Amazonas
Profissionais se concentram em frente à Maternidade Moura Tapajós, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus, e o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) participa de uma reunião com o governador para discutir os protestos no estado.
Pernambuco
Médicos fazem um mutirão de atendimento em Recife no Memorial de Medicina, em protestos pela categoria.
Histórico das paralisações
A primeira paralisação dos médicos, no dia 23 de julho, contou com a adesão de ao menos 16 estados, informou a Fenam.
As paralisações fazem parte do calendário de greve estabelecido pela Fenam para registrar o descontentamento da categoria com as medidas adotas pelo Executivo federal sem o consentimento dos médicos. Conforme a entidade, “caso não haja avanços no movimento”, os sindicatos médicos poderão decretar greve por tempo indeterminado a partir de 10 de agosto, dia em que está agendada a última atividade das paralisações relâmpago.
No dia 8 de agosto está programada uma marcha de profissionais da medicina em Brasília. Na ocasião, será realizada uma audiência pública sobre o Mais Médicos no Congresso Nacional.
Batalha judicial
A crise entre as entidades médicas e o governo federal acabou nos tribunais. Inconformados com as medidas adotadas pelo Executivo para tentar suprir a carência de médicos em regiões pobres, a Fenam, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) ingressaram com diferentes ações judiciais para tentar suspender o programa Mais Médicos.
No dia 26, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, negou pedido da AMB para suspender a medida provisória que criou o Mais Médicos. Segundo o magistrado, não cabe ao Supremo definir se a MP atendeu às exigências de relevância e urgência, como reclamavam as associações.
Fonte: G1/Bem-Estar
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